Também nesta sexta-feira vai acontecer uma coletiva à imprensa convocada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)
Mais de 230 mil peixes morreram em virtude da contaminação que ocorreu no Rio Piracicaba, estima a Cetesb - Foto:
Reprodução TV
O crime ambiental que resultou na tragédia no Rio Piracicaba terá novos desdobramentos nesta sexta-feira (19). A megaoperação de limpeza e remoção das 3 toneladas de peixes mortos está prevista para começar nesta manhã. Para isso, os técnicos irão usar um trator aquático. Não há estimativa de prazo para a conclusão do trabalho.
Também nesta sexta-feira vai acontecer uma coletiva à imprensa convocada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência paulista responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição. No encontro com os jornalistas vai ser informado o valor da multa a ser aplicada à Usina São José, identificada como responsável pela morte dos peixes no Rio Piracicaba.
O Hora Campinas apurou que a multa deve superar os R$ 15 milhões.
Uma empresa privada, a Ambiental Piracicaba, foi contratada pela Prefeitura da cidade para retirar peixes mortos. O desastre ocorreu na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, conhecido como minipantanal paulista.
A operação de limpeza e de apuração da mortandade vai ser coordenada pela Polícia Militar Ambiental. Ao todo, 14 barcos devem ser usados no trabalho, além de outras máquinas, como o hidrotractor.
Um QG foi montado em um ponto do Tanquã, na cidade de São Pedro, para ordenar os trabalhos.
O trator aquático é o único equipamento capaz de fazer a retirada dos animais mortos da água. A empresa escolhida para fazer o trabalho é a Ambiental Piracicaba, a mesma que realiza a coleta de lixo da cidade. Existem pelo menos seis pontos de concentração de peixes mortos no minipantanal.
A suspeita é de que a contaminação se deu pelo vazamento de melado de cana em um afluente do Rio Piracicaba.
O caso
O odor alterado do rio e a mortandade dos peixes foram notados no dia 7 de julho. No dia seguinte, a Cetesb identificou que a fonte poluidora que causou o desastre ambiental era a usina, instalada no município vizinho de Rio das Pedras.
“A Cetesb interrompeu o descarte irregular de resíduo industrial e iniciou as análises das amostras coletadas para definir as punições cabíveis à usina, que incluem multa gravíssima e encaminhamento para apuração de crime ambiental, além de ajustes de conduta por parte da empresa”, disse a Cetesb, em nota.
Na última quarta-feira (17), a Cetesb informou que estava aguardando a conclusão das análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba para embasar o processo administrativo e a penalidade a ser aplicada à usina, produtora de açúcar e álcool.
A Usina São José S/A Açúcar e Álcool informou, em nota, que está acompanhando as investigações sobre a mortandade de peixes no Rio Piracicaba e suas possíveis causas. “Cabe lembrar que as operações da usina estavam interrompidas desde 2020, tendo sido retomadas somente em maio deste ano, e que nos últimos 10 anos houve mais de 15 ocorrências dessa natureza na região”.
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